DF IRMÃOS

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"Para que todos sejam um..." Bíblia Sagrada, Livro de João 17:21a
TEXTOS LIVRES:

 

MARCO ANTÔNIO DE MORAES    
 
“O QUE FAÇO AGORA PARA CHEGAR AO GRAU 33?”
   

Marco Antonio de Moraes, 33º.
Cad. nº. 4.799.

“Lá vai um homem bom.
- Pode ser Maçom.
Lá vai um Maçom.
-É um homem bom.” 

                                      MAM
   

Conta-se que há muitos anos, um afoito aprendiz maçom, poucas horas após ser iniciado, em pleno jantar comemorativo do evento, dirigiu-se ao que supôs ser o mais importante e ilustre maçom ali presente e, em alto e bom som, indagou-lhe sem meias palavras: “o que faço agora para chegar ao grau 33?”

Constrangido e assustado, ouviu uma grande gargalhada dos presentes e, daquele a quem dirigira a indagação, apenas um carinhoso sorriso, que somente o mais sábio poderia expressar.

Aquele honorável Mestre Maçom abaixou a sua cabeça e, permanecendo silencioso, os seus olhos fixaram o infinito. Os poucos que o observaram, não foram tão atentos quanto o jovem recém iniciado, que na força do seu pensamento, procurava desvendar o que se passava naquela mente tão calejada e moldada nos mistérios da Maçonaria.

Com o respeito que é devido ao Sábio Mestre, que forjou a sua personalidade e consolidou os seus valores, inspirado na doutrina e na vivência maçônica, ouso penetrar em seu âmago. Bebendo daquela sabedoria, sem cometer qualquer heresia e entendendo o que por segundos atravessou a sua memória, trago para nós aquela realidade.

Assim, o Sábio Mestre pensou:

“Oh! Que longo caminho o aguarda. Será penosa e árdua a transposição do mundo profano para o renascimento que lhe proporcionará a Luz Maçônica.  Acabou de ver a luz, a luz eterna, não a dos dias ensolarado, mas aquela que o iluminará em toda a sua existência, que o fará conhecer novos valores, trilhar no caminho do conhecimento, na busca da verdade.”

“A simbologia da pedra bruta”, continua pensando o nosso Sábio Mestre, “encerra os primeiros passos que aguarda o jovem iniciado. Como nos ensina o Ritual do Grau, esta simbologia é o alicerce da Maçonaria Simbólica, desvendando a Moral e a Filosofia Maçônica nas pegadas do aperfeiçoamento humano, livrando-o dos defeitos e das paixões, na construção da Moral da Humanidade.”

“A Maçonaria, na evolução dos seus graus, trilha o caminho do conhecimento, renovando em iniciações sucessivas o compromisso com a verdade e com a humildade, no sentido de viver o esplendor da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.”

O que mais revelou a mente do Sábio Mestre?

Certamente percorreu a longa trilha dos ensinamentos do Simbolismo, em seus três graus simbólicos, enveredando, a seguir, pelos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, aqueles ministrados nas Lojas de Perfeição ou Graus Inefáveis (4º ao 14º), nos Graus Históricos ou Religiosos, nos Capítulos Rosa Cruz (15º ao 18º), nos Graus Filosóficos, dos Conselhos de Kadosch (19º ao 30º), e, por fim, nos Graus Administrativos, dos Consistórios de Príncipes do Real Segredo (31º e 32º), culminando com a investidura ao Grau 33, privativo dos Supremos Conselhos do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito,  que se espalham por todos os continentes.

Por fim, o Sábio Mestre, cerrando os olhos e com a memória invejável, percorreu a jornada maçônica:

“No 1º grau, os Aprendizes desbastam a pedra bruta, a Natureza ainda inapercebida. Assim começa a construção do Templo.

No 2º grau, os Companheiros aprendem a fazer uso do esquadro e do compasso para facetar a pedra cúbica.

No 3º grau, os Mestres-Maçons encontram, sob o ramo místico, o corpo do Mestre, vitimado pela Ignorância, pela Hipocrisia e pela Ambição.

No 4º grau, os Mestres Secretos se preparam, no silêncio e no recolhimento, para empenhar a luta contra esses três agentes da morte do Mestre.

No 5º grau, os Mestres Perfeitos reconhecem que devem primeiramente vencer a si próprio, se desejarem regenerar a sociedade.

No 6º grau, a Moral resume-se no respeito que devemos aos segredos alheios, cuja descoberta e divulgação devemos evitar. Assim buscam os Secretários Íntimos.

No grau 7º, a Moral representa a Justiça para todos. Cabe aos Probostes ou Juizes evitar o resquício de ódio ou vingança na prática da Justiça.

No grau 8º, a Moral dos seus ensinamentos nos leva ao estudo das verdadeiras bases em que se deve assentar o edifício da sociedade humana, precisando-se rigorosamente os direitos de  propriedade e o dever do trabalho, a fim de que se intensifique a Fraternidade entre os homens. É a árdua missão dos Intendentes dos Edifícios.

No grau 9º, os Eleitos dos Nove, começam os seus trabalhos na primeira hora da noite, quando se abre o germe da inteligência humana, começando a luta contra a ignorância, pela causa da civilização contra a barbaria, por todos que estão imersos nas trevas, e pela causa do ensino e de sua eterna luta contra a ignorância.

No grau 10º, os Eleitos dos Quinze tem como tema a Tolerância, uma das qualidades do caráter dos maçons. O direito dos povos sobre  a administração dos seus Países e a troca de embaixadores.

No grau 11º, os Eleitos Chefes de Tribos tem na comunicação, na pesquisa, na reflexão e na vivência os instrumentos do grau. Compaixão, Fidelidade e Democracia são os temas centrais de estudo.

No grau 12º, a tarefa dos Mestres Arquitetos, na edificação do Monumento Social da Humanidade, será ensinar que a renúncia a eventuais benefícios materiais e sociais propiciará a evolução do espírito, alicerçada pela moralidade e honestidade de seu procedimento.

No grau 13º, os Cavaleiros do Real Arco buscarão o verdadeiro nome de Deus, o que será alcançado ao se desvendar a lenda de Enoque e o  entendimento de Liberdade, de ser Justo e Bom.

No grau 14º, os Eleitos Perfeitos aprendem que as letras soletradas pela ciência indicam todas as diretrizes por onde o pensamento humano atinge o infinito, e que a pronúncia do nome, variando conforme as inteligências, somente pode dar  o símbolo da Realidade Misteriosa.

No grau 15º, os Cavaleiros do Oriente, com os ensinamentos dos Magos, após vencerem os adversários da liberdade de pensar, iniciam os trabalhos da reconstrução do Templo.

No grau 16º, os Príncipes de Jerusalém prosseguem na reconstrução do Templo, com a força de espírito de associação voluntária.

No grau 17º, os Cavaleiros do Oriente e do Ocidente encontram-se e reconhecendo-se como irmãos, após longa separação, preparam a união da antiga inspiração dos Arias da Ásia, com o método dos Arias da Europa. Fé, Caridade, Direito de Reunião e de Instruir-se, são os temas de estudo.

No grau 18º, os Soberanos Príncipes Rosa-Cruzes, estudarão do nascimento à crucificação de  Cristo e a semelhança do Cristianismo com outras religiões e o exame da Fé, da Esperança e da Caridade.

No grau 19º, primeiro curso dos Graus Filosóficos, onde a Maçonaria prepara os Grandes Pontífices ou Mestres Ad Vitam, para o estudo, a pesquisa, a reflexão, e para que se compreenda a utilidade dos ensinamentos filosóficos.

No grau 20º, os Grão-Mestres das Lojas Simbólicas, na construção do Segundo Templo entenderão que o cultivo da Tolerância e da Justiça precederá àquele que desejar favorecer a causa do povo. Para falar em Liberdade, há de se abster das fraquezas humanas; de Igualdade, antes vencer suas ambições; e Fraternidade, substituido a vaidade e o orgulho pela modéstia e pela humildade.

No grau 21º, os Grandes Patriarcas Noaquitas refletirão sobre a concepção de Deus, através da razão (filosofia) e da fé (religião).

No grau 22º, nos é mostrado um Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano descansando a espada para abater os cedros do Líbano com o machado simbólico, que os Drusos vieram transmitindo desde a idade longínqua em que os patriarcas conversavam com ELOHIM, para a construção do segundo Templo.

No grau 23º, os Chefes dos Tabernáculos vivenciarão a personalidade de um filho de Hiram, candidato ao sacerdócio, fazendo-o compreender os segredos dos símbolos, a interpretação das alegorias e a verdade das lendas.

No grau 24º, Os Príncipes dos Tabernáculos serão instigados a compreender o dificílimo poder de julgar. Para tal, é necessário que o reexame dos conhecimentos adquiridos nos graus anteriores.

No grau 25º, dedicado à Liberdade, os Cavaleiros da Serpente de Bronze a buscarão e a levarão a todos os povos. O efeito dos ensinamentos maçônicos, a fidelidade aos juramentos prestados e a obediência ao império da lei marcarão a existência do maçom.

No grau 26º, os Príncipes das Mercês recebem os ensinamentos daquele que podendo atingir o NIRVANA, prefere renascer por compaixão das criaturas. Relembra as alianças de Jeová, com Abraão e com Moisés e a humanidade.

No grau 27º, os Grandes Comendadores dos Templos  vivenciam a personalidade de um Cavaleiro Templário da Casa de Santa Maria de Jerusalém, para entenderem os deveres assumidos, e como integrantes da Ordem, estarem cada vez mais aptos a cumprirem os seus juramentos de honra.

No grau 28º, os Cavaleiros do Sol passam pela iniciação mitriática, na qual os mistérios da antiguidade nos legaram a verdadeira doutrina de Zoroastro. O estudo do grau ensina a ler e a interpretar o Grande Livro da Natureza, para se sentir a grandeza do Grande Arquiteto do Universo.

No 29º grau, os Grandes Cavaleiros de Santo André da Escócia se embebem nas revelações místicas daquele que foi o discípulo amado do Mestre. Há a preparação para o curso de Cavaleiros de Kadosch. E há o estudo das Ordens de Cavaleiros, originárias das Cruzadas.

No grau 30º, diante da escada dupla de sete degraus, os Cavaleiros Kadosch modernos recebem do Templário, que estava expirando entre as ruínas dos símbolos do absolutismo político e religioso, a espada  com a qual vencerão os adversários da Liberdade e edificarão o Templo Filosófico do Saber e da Verdade.”

                                      Adianta o Sábio Mestre, “a nossa labuta nos trouxe à presença dos Graus dos Grandes Juizes Comendadores ou Grandes Inspetores Inquisidores Comendadores (31º), na morada dos Conselhos de Kadosch, e dos Sublimes Cavaleiros do Real Segredo, Soberanos Príncipes da Maçonaria (32º), restritos aos Consistórios de Príncipes de Real Segredo”.

                                      Do Grau 31º, de cunho espiritual e até mesmo religioso, que tem suas origens no Livro dos Mortos, da cultura egípcia, de conteúdo complexo e pouca divulgação entre nós, podemos colher:

“Um homem sábio se reconhece pelo que ele sabe. Seu coração é o fiel para a sua língua, seus lábios são corretos quando fala e seus olhos quando contemplam. Seus ouvidos, juntos, escutam o que é vantajoso para seu filho, que procede bem e não mente.”

                                      Neste Grau se pratica a Justiça Maçônica, onde os Irmãos, Grandes Juízes Comendadores, reunidos no Soberano Tribunal, elevados pelo espírito da sabedoria, da isenção e do amor, comprometem-se, logo na abertura dos seus trabalhos, quando o Verd:. Conde indaga do Ir:. Procurador:

“Ir.: Procurador, quais os deveres especiais de vosso Ofício?”

“Fazer o libelo acusatório contra os que infringirem as leis; apresentar, com imparcialidade, a causa ao Tribunal; dar as conclusões sem paixão, sem ódio, sem temor, sem complacência: enfim, velar pela execução das sentenças.”

“Ir:. Verd:. Juiz, quais os deveres especiais do Ver:. Conde?:”

“Presidir e dirigir os trabalhos da justiça, tendo a balança equilibrada entre a acusação e a defesa; tomar os juramentos das testemunhas para que só digam a verdade; resumir os debates com imparcialidade e pronunciar a sentença depois de ter colhido a opinião do Tribunal.”

                                      Concluindo, o Verd:. Conde conclama os Irmãos:

“Eu me conformarei rigorosamente com os deveres que me são impostos e vós, Mui Eqüitativos IIr:., não percais de vista os que também vos são impostos. Sede fieis às Grandes Constituições, Estatutos e Regulamentos da Ordem, prometendo ser sempre guiados pela justiça e pela equidade.”

                                                           “Nós o prometemos.”

                                      O princípio consagrado no direito universal in dúbio pro reo vem do ritual do Grau, na sessão de iniciação, quando o Ver:. Conde indaga aos candidatos:

“Prometeis manter, em vossas deliberações, a balança equilibrada entre a acusação e a defesa; ter o acusado como inocente até que a sua culpabilidade fique provada; enfim, na dúvida, vos pronunciais pela absolvição?”

                                      A Lenda de Osíris – O Julgamento de Osíris, por sua profundidade e complexidade, deve comportar um estudo à parte, a ser desenvolvido pelos valorosos IIr:. deste Consistório de Príncipes do Real Segredo.

                                      No Grau 32º, ao percorrem-se as diversas tendas do Acampamento dos Príncipes do Real Segredo, numa recordação dos passos trilhados em todas as etapas iniciáticas, do 1º ao 31º, relembrando os ensinamentos revelados nas lendas, nas alegorias, nos símbolos e na experiência vivida em cada jornada. Que peregrinação!

                                      O Grande Soberano Inspetor Litúrgico do Distrito Federal, Paulo Fernandes da Silveira, 33º, em seu trabalho “Sublimes Príncipes do Real Segredo, sintetizou o poder e a moral da Maçonaria, representado por todos os seus obreiros, independente de grau, in verbis:  

“Simbolicamente, de acordo com os preceitos da geometria esotérica, o acampamento dos Príncipes do Real Segredo representa a união dos maçons de todos os graus, formando um grande e poderoso exército de soldados da virtude, da liberdade, da moral sólida, da inteligência, da sabedoria e da perseverança, em guerra contra os inimigos representados pelo vício – despotismo – desigualdade – discriminação – corrupção – vaidade – intolerância – sectarismo político e religioso.”

A jornada ainda não chegou ao seu término, nem se concluirá com a investidura no Grau 33, os Grandes Inspetores Gerais da Ordem.

Pode-se afirmar com segurança, que a luz e a busca da verdade, chegarão ao seu término quando o G.A.D.U. entender levar para o seu convívio o operoso construtor, no entanto, o seu legado permanecerá para ilustrar e servir de marco para as gerações futuras, pois, A MAÇONARIA É ETERNA.

 

   

Por fim, o Sábio Mestre, após regressar de sua viagem no tempo, concluiu:

“Menino, que o Grande Arquiteto do Universo me permita acompanhar a sua jornada... por mim, ainda tenho muito a aprender...”

À propósito, o jovem recém iniciado é o Ir:. que ora
 teve o privilégio de ser ouvido pacientemente pelos
valorosos IIr:.. O Sábio Mestre, ainda mais sábio,
Sileimann Kalil Botelho, 33º, ex-Grão-Mestre Adjunto
 da GLMDF.

Muito obrigado a todos.
   
 

Trabalho apresentado no dia 26/04/2008, em sessão do
Consistório do Príncipe do Real Segredo “Integração e Harmonia”,

Brasília, Distrito Federal e revisado em julho de 2.023.
 
   

BIBLIOGRAFIA

1. Rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito.
2. “O Ápice da Pirâmide”, Rizzardo da Camino, Madras Editora .
3.  – Revista de Estudos Maçônicos do S:.C:. do Grau 33 do R:.E:.A:.A:. da Mac:. Para a República Federativa do Brasil, nº. 20, LXXIX.
4. “Sublimes Príncipes do Real Segredo”, texto do Ir:. Paulo Fernandes da Silveira, 33º, Sob:.Gr:.Insp:.Lit:. do Distrito Federal.
5. “Os 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito”, Mário Leal Bacelar., Editora Mandarino.
6. “Instruções Para Lojas de Perfeição”, Nicola Aslan, Editora Maçônica A Trola.
7. “Instruções Para Capítulos”, Nicola Aslan, Editora Maçônica A Trolha,

8. “Instruções Para Conselhos de Kadosch”, Nicola Aslan, Editora Maçônica A Trolha.

 
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